domingo, 31 de julho de 2011

4º Dia de gravação –Celso de Lima, Presidente da Escola Prova de Fogo e Deise Benedito


Na manhã deste dia, entrevistamos Celso de Lima, amigo do Zeca da Casa Verde, presidente da escola de samba Prova de Fogo. Ele nos falou sobre as dificuldades passadas pelos negros na época de constituição da escola, e até hoje. Rememorou aquela época poética de criação de instrumento onde se matava mesmo de verdade verdadeira: gatos, cabritos pra vestir os antigos instrumentos, onde afinava na fogueira.
A tarde do nosso quarto dia de gravação foi premiada com a irreverência e sapiência de Deise Benedito, ativista política da área de direitos humanos. A conversa se deu no Centro Cultural São Paulo, lá na Vergueiro, ela dividiu conosco o resultado de suas pesquisas sobre a repressão em cima das manifestações culturais de origem negra, samba, hip hop, carnaval, que sofreram e continuam sofrendo coação de instituições governamentais.


Fotos: Cassimano.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

3º Dia de gravação – Ras Sergio e Jair Rodrigues


Pela tarde chegamos até a residência do Jair Rodrigues que na década de oitenta gravou alguns sambas do Zeca da Casa Verde. Tranqüilo, Jair Rodrigues nos contou sua vivencia com o poeta e a qualidade de suas músicas batucou na mesa e cantarolou: “Nada de um minuto de silêncio, vamos cantar por aí”. Foi emocionante, mostrou um disco que gravou “Procissão de Zeca da Casa Verde”, pôs o disco na vitrola e cantou alegremente o samba.



Fotos: Cassimano.

domingo, 17 de julho de 2011

2º Dia de gravação - Professor Amailton



Começo da tarde de um sábado e lá estava a equipe seguindo para os muros de concreto da Puc – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Vítima do dia: Professor Amailton, pesquisador “monstro” do samba de São Paulo. Com uma oratória de dar inveja a Aristóteles, o professor nos revelou várias histórias do samba, desde o samba no interior de São Paulo, o samba de trabalho, nos contou momentos do cordão e daquele carnaval de rua onde as quituteiras eram um marco interessante no samba do lado de cá de Sampa e várias outras ideias...
Só pra dar um “gostinho na boca” do leitor: ele explicou porque os sambistas sempre procuravam trajar-se muito bem, na verdade eles queriam afastar a associação entre samba e vagabundo disseminada pela sociedade. Também comentou que os bairros de Barra Funda e Perdizes eram antigos bairros de migração negra, fato comentado também no documentário dos Racionais. Comentou que na Praça da Liberdade, era um antigo local de tortura de negros e um cemitério, hoje lá está a Capela de Santa Cruz das Almas dos Enforcados ou Igreja das Almas, que ainda mantém uma energia muito forte. Amailton também comentou que esses bairros com ocupação negra na verdade eram quilombos, coisa muito pouco divulgada, pois sempre achamos que haviam poucos quilombos em São Paulo, no entanto eles existiram e o local em que estavam está muito mais próximo do que imaginamos.
Bom o resto da entrevista é segredo e vocês vão poder conferir tudo no doc.
Axé, família!
Fotos: Cassimano.

domingo, 10 de julho de 2011

1º Dia de gravação: Dona Guga, casa do Barriga e casa da família do Zeca


No dia dez de julho, demos inicio as gravações para o filme “Zeca, o Poeta da Casa Verde”, domingo de sol, dez horas da manhã, aportamos no Morro da Casa Verde no Bangalô da Dona Guga Presidenta do SC Morro Da Casa Verde, uma das primeiras escolas em que o Zeca compôs suas poesias musicadas, belos sambas. Dona Guga nos contou com alegria e lágrimas nos olhos a bela passagem que o poeta teve pela Agremiação.
Depois vivenciamos em um churrasco no bairro do Pedroso, na casa do Barriga, umas idéias com os companheiros do Rosas de Ouro: velho Bassú, da Velha-Guarda da bateria do Roseira, Xandy e Edvaldo, da bateria do Rosas de Ouro. Foi o Patrãozinho quem fez a ponte pra trazer os parceiros e o Carioca também colou somando.
Falar sobre o Zeca da Casa Verde pra rapaziada do Pedroso foi um prazer, eles compartilharam suas idéias, falaram como fãs, pois, na época, eram meninos e viram o talento e humildade do poeta. Cantarolam uns de seus sambas batucando em balde, frigideira e garrafa. No domingo à noite, fomos à casa de Dona Leonor companheira de Zeca da Casa Verde, onde entrevistamos os filhos do poeta Zeca: Soniae e Ziza e a própria Dona Leonor sua companheira de toda a vida. Muito lindo o momento onde nos revelaram algumas intimidades do poeta de como ele compunha suas canções, seu estilo “família” e tranqüilo de ser. E assim fechamos o domingo com as filmagens que chamariam esses três momentos de trio ternura, que “pelamor”, instigou pra que mal pudéssemos esperar para falar com o professor Amailton.

Trocando ideia entre as gravações:

Gravar com amigos sobre um tema que todos apreciam é como realizar um sonho. Só de estar ali fazendo parte já é um aprendizado para nós, afinal, aprender ouvindo é uma das formas mais antigas de transmitir ensinamentos aos mais jovens, e essa jovem equipe, que também não é mais tão jovem assim, está aprendendo com cada palavra e cada instante doado pelos nossos entrevistados. Não podemos deixar de citar que nesse dia, a equipe foi recebida na casa da avó do Akins, onde prepararam um almoço incrível para fortalecer o time de gravação. Exemplo de mulher guerreira, como boa brasileira ela nos recebeu com o maior amor no coração, valeu vovó! A equipe agradece! Ei, Produção, anota no nome dela aí!